quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Filatelia, Um investimento sério!


Renato Ribeiro

Nos momentos de desequilíbrio econômico é que voltamos a pensar em formas alternativas de investimento e segurança para o nosso patrimônio.
A filatelia, como o mercado de arte, sempre se mostraram opções certas e seguras para investimento. Ao meu ver a filatelia tem algumas vantagens sobre o mercado de arte sendo o principal dele seria a extensão atingida pelos ativos em questão. Um bom selo brasileiro tem valor em qualquer parte do mundo e não apenas no Brasil como aconteceria com uma obra de arte. Tivemos a oportunidade de observar como os selos brasileiros se comportaram no mercado mundial nos últimos 30 anos. A economia define este comportamento. Em épocas de instabilidade nacional sempre percebemos um repatriamento destas peças para colecionadores e investidores brasileiros e em outros um quase total escoamento destas peças para coleções e investidores internacionais. Para se ter uma idéia, em termos gerais, das vinte peças mais importantes da filatelia brasileira nenhuma delas encontra-se no Brasil no momento! Em 2007 fiz também este levantamento e dezenove delas estavam em mãos de colecionadores e investidores brasileiros!

O investimento em filatelia pode ser feito em qualquer magnitude. Um modesto investimento de R$ 300,00 por mês ou até mesmo a aquisição de peças brasileiras que hoje atingem milhões de dólares. Com estes estudos e tempo de dedicação podemos perceber claramente algumas evidências de investimentos seguros e sólidos na filatelia brasileira.

Como exemplo cito o Olho de Boi de 60rs, o primeiro selo do Brasil. Emitido em 1843, com tiragem de 1.335.865 exemplares, este selo tem cotação firme de R$ 800,00 para um exemplar avulso, carimbado e perfeito sem nenhuma peculiaridade, variante ou carimbo especial. R$ 800,00 é a cotação padrão. O mercado o vende por R$ 600,00 em média ou pouco mais de US$ 340.00. O valor histórico deste selo até meados de 2008 sempre foi de US$ 100.00. E agora o melhor! Certamente, devido a escassez de encontrá-los, cada vez maior, este selo atingira o valor de mercado de US$ 1,000.00 em menos de 10 anos. Na verdade alguns itens da filatelia estão caminhando nesta direção, com seu valor de compra aumentado a cada dia e liquidez imediatíssima. O segredo então é adquirir, colecionar e investir também com este pensamento. Adquirir peças hoje ainda “adormecidas” e que em poucos anos sofrerão esta formidável valorização.

A Philatelia® cuida de vender selos para colecionadores principiantes, avançados há 28 anos. Orientamos colecionadores nas vendas de suas coleções e acervos além de aquisições especiais. Orientamos investidores e pessoas que desejem investir num hobby saudável, cultural e economicamente prazeroso.

Visite nossa loja virtual e entre em contato para qualquer informação e consulta.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

As Cartas de Olho de Boi


Renato Ribeiro

Em meus 22 anos de atividades filatélicas vi em exposições, examinei e estudei quase todas as cartas com Olhos de Boi conhecidas. Tenho imagem e descrição de 178 cartas inteiras e definitivamente autênticas com os selos Olhos de Boi além de três em minha coleção de marcas precursoras brasileiras.
A quantidade de cartas de Olhos de Boi existentes não deve passar muito deste número podendo chegar a duzentas e poucas em todo o mundo. Este número comparado à quantidade de selos emitidos é reduzidíssimo e a raridade destas cartas tem algumas explicações. Circularam no Brasil principalmente na Corte do Rio de Janeiro, alguns poucos milhares de cartas com Olhos de Boi no período de 1843 a 1854, data final esta estimada por ser o ano de conhecimento do carimbo mais recente de Olho de Boi encontrado – Cuiabá. A quase totalidade das cartas circulou dentro do próprio país e como a nossa cultura nunca teve o hábito da preservação não era também hábito nosso o arquivo de correspondências recebidas. Em termos comparativos posso citar que na França, como exemplo, as cartas do terceiro quartel do século XIX (1850/1975) são bastante comuns sendo encontradas nos comerciantes internacionais em grandes quantidades – já vi comerciantes com 3.000 de uma só vez. Devo salientar que em compensação a História Postal Francesa é bem mais complexa que a nossa e esta vastidão de material ajuda em sua conclusão. Além da falta do hábito de preservação não existia também o hábito e a capacidade de escrever entre os habitantes brasileiros deste período. Isso justifica a reduzida quantidade de cartas com os selos Olhos de Boi.

Bem, o real objetivo deste artigo é falar das cartas existentes e conhecidas tirando delas algumas  conclusões gerais para o estudo da História Postal Brasileira. O porte simples de uma carta circulada no território brasileiro era de 60rs. por terra e 120rs. por mar. Os portes possíveis nas cartas de Olhos de Boi são então os seguintes: 60, 90, 120, 150, 180, 210, 240, 270, 300... e assim variando de 30 em 30rs. Obviamente a grande maioria de cartas é com o porte simples formado por um selo isolado de 60rs. Curiosamente no segundo porte terrestre em 90rs. temos o conhecimento de apenas três cartas, uma delas não muito convincente. Recentemente vi aqui no Rio de Janeiro uma carta com 90rs. isolado até então desconhecida, sem dúvida autêntica. O maior porte conhecido com selos Olhos de Boi em carta completa é de 270rs. circulada com 4 selos 60rs. e um 30rs. do Rio de Janeiro para Porto Alegre, teoricamente o 8º porte terrestre com (16 a 18 oitavas de peso). Tenho a imagem de uma “carta” com porte de 300rs. em Olhos de Boi, no entanto como a mesma se encontra subposta a uma outra em um catálogo de leilão não posso garantir que se trate de uma carta completa. Uma das cartas mais importantes de Olho de Boi e sem dúvida da filatelia brasileira é a carta com 240rs. composta por um 30Rs, um par do 60rs e um 90rs. sendo esta a única carta conhecida com os três valores da emissão. Esta carta pertence ao filatelista Rolf Harald Meyer de São Paulo, editor do Catálogo de selos do Brasil.

Carimbos – Com relação aos carimbos, já mencionei que a maioria das cartas circulou saindo da Corte do Rio de Janeiro sendo então, o carimbo “Correio Geral da Corte” o mais conhecido. “Diamantina”, “Sabará”, “Correio da Bahia”, “Correio de Santos”, “São João Del Rey”, “Pernambuco”, “Porto Alegre” e “Cidade de Campos” também aparecem em mais de seis cartas. Um pouco mais raras temos: “Villa de Lorena”, “Correio do Maranhão”, “C. do Serro” e “Correio de Campinas” com 4 ou 5 aparições. Para marcas com uma ou duas aparições podemos citar “Piracatu”, “Correio Geral de Cuiabá”, “Correio Geral das Alagoas”, “Grampará”, “P. Alegre” (MG), “V. de Formigas”, “Bragansa”, “Correio Geral de Goiás”, “Villa de Lavras” e “Airuoca” (MG) dentre outras. Não podemos deixar de citar as cartas com obliterações manuscritas “Arrozal” e “Ilha de Marajó” únicas até este momento.
Correio Geral da Corte – Sobre o carimbo “Correio Geral da Corte” temos uma observação interessante a fazer. O carimbo existe em dois tipos: com cercadura externa e sem cercadura, este último vindo da época precursora e usado somente nos primeiros anos do advento do Olho de Boi. Curiosamente, de todas as cartas conhecidas com o obliterador datador “Correio Geral da Corte” apenas sete o possuem sem cercadura e as demais oitenta e sete com o carimbo de cercadura. Esta proporção se torna bem mais equilibrada entre os selos e múltiplos avulsos analisados.

Cartas ao exterior – Cartas com Olhos de Boi destinadas ao exterior são muito mais escassas, conhecemos apenas 3 definitivamente autênticas. A quase totalidade das cartas destinadas ao exterior saiam da Corte e por força de acordos postais internacionais não pagavam porte na remessa não levando portanto selo postal. A possibilidade do uso do Olho de Boi em cartas destinadas ao exterior só é possível se a mesma vinha do interior, ou seja, de uma cidade que não porto direto de saída. Assim sendo ela deveria pagar o porte terrestre ou até mesmo marítimo para circular internamente no Brasil do remetente ao Porto que a levaria ao Exterior.

Nosso objetivo aqui não é citar todas as cartas e carimbos conhecidos, apenas dar uma visão geral do conjunto de cartas estudadas até o momento. Alguns carimbos sobre cartas com Olhos de Boi e combinações me foram citados, mas como nunca os pude ver não estão aqui mencionados. Teoricamente os carimbos conhecidos na Pré-filatelia brasileira pelos idos de 1838 a 1843 deveriam aparecer sobre cartas ou mesmo sobre selos. Alguns carimbos conhecidos sobre os selos garantem também a possibilidade do surgimento de cartas com marcas até então desconhecidas.

Aqui fica um pedido aos leitores interessados pelo assunto que divulguem o conhecimento de marcas, portes e combinações não citadas aqui para que, nós mesmos, tenhamos um conhecimento e entendimento mais completo desta fascinante, complexa e ainda inexplorada área da filatelia brasileira.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Loja virtual no ar

Nossa loja virtual entrou no ar e já oferta cerca de 700 produtos da filatelia brasileira e internacional. Selos novos e usados em séries completas, blocos, coleções, envelopes temáticos, variedades e selos de todas as áreas da filatelia brasileira já podem ser vistas no site bem como material filatélico, classificadores, álbuns, maximaphil, suplementos e catálogos. Estamos adicionando uma média de 60 lotes por dia no site. A Philatelia atende também em sua loja física no centro de Belo Horizonte à Rua da Bahia 1148 sala 610 – Edifício Maletta, no horário comercial. Contatos podem ser feitos pelo telefone (31) 3643-3622 ou 9787-2434. Venha nos fazer uma visita.